Ao nascerem às pessoas são totalmente dependentes. Aos poucos vão adquirindo seu espaço, formando suas opiniões, conhecendo e fazendo novos amigos. Isso é o começo da independência.
Vão sozinhas ao colégio, ao shopping, ao mercado, à feira... Exigem andarem com seus próprios pés! Querem privacidade, um quarto e um telefone individual, os pais longe de seus objetos pessoais. Isso é a conquista da independência.
Então preparam suas próprias comidas, algumas lavam suas roupas, outras dirigem seus carros... Trilham seus próprios caminhos! E os pais? Por escolha delas, tornam-se apenas coadjuvantes. “Você quer saber cada passo que eu dou mãe...” ou “Pra que esse interrogatório, pai?” e ainda “Sou dona do meu nariz...” Independência total.
Arranjam namorados (a). Não querem mais ir sozinhas à escola, nem ao shopping... Se pudessem exigiam a companhia do amado (a). Algumas até exigem. Privacidade? Palavra que não agrada mais, principalmente se for pronunciada pelo companheiro. Compartilham suas comidas, se preocupam com cada detalhe da roupa... Trilha o caminho que for conveniente para os dois! E os pais? Apenas figurantes...
As opiniões que não agradam ao próximo são repensadas. Os amigos não são mais prioridades. O segredo que era compartilhado com elas, agora é partilhado com o casal. Já não sentem vontade nenhuma de terem individualidade, pois isso já não é tão legal como parecia antes... “Amor, vou ao shopping...” ou “ Fulano para onde você foi?” e ainda “ Não sei se vou com você, primeiro vou perguntar a Beltrano...” Fim da independência.
Ouvi falar certa vez, que o Universo caminha de níveis organizados, para níveis cada vez mais desorganizados. O ser humano é assim. Nasce convicto que um dia conseguirá voar, porém um dia decide pousar em uma bela gaiola e fazer tudo o que já fez com tanta relutância.
Bruna Ramos
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