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quarta-feira, 19 de outubro de 2011

ADEGA DAS DORES


A dor só é boa quando curtida e envelhecida; guardada e sufocada; liberta e expressada.

Dor é boa quando de tão dorido o coração gemer e houver tremores na alma e fizer você em sussurros dizer: “Deus, vou morrer no caminho”.

Ah, como a dor é boa em meio às lágrimas torrenciais, quentes e urgentes que percorrem a face, encobrindo gritos presos na garganta.

Oprimindo, quebrantando, entristecendo, desesperando.

Fadigando, tirando seu rumo, seu brilho, sua motivação.

Nunca vi as pessoas mais rendidas aos braços do Criador como em meio à dor.

Nada nos leva para tão perto d’Ele, do Seu aconchego, Seu colo, Seu acalento.

Doce se torna a dor quando a voz do meu Mestre sufoca o pranto, com voz meiga e suave relembrando quão ínfima ela é diante da Sua glória.

Quem dera na minha adega, ter dado valor a cada peça que tenho guardada!

Estaria tão perto d’Ele.

Seríamos um.

2 comentários:

  1. Dizem que os verdadeiros escritores nos tocam de forma impressionante...

    Esta transcrição daquilo que sentes é muito mais do que um texto, é a expressão posta no papel em forma de poesia. Sendo está uma poesia que ultrapassa os limites das palavras, pois ela nos faz lembrar que as dores só servem para nos aproximarmos d'Aquele que de alguma maneira queremos ou tentamos nos afastar: O Criador.


    Bruninha, este poema reflete exatamente aquilo que sinto, é lindo e olha até chorei... E olha que raros são os poemas que tocam-me e fazem-me derramar lágrimas...

    Obrigado por compartilhar conosco esses belos poemas...


    Beijos....


    Efraim Marques

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  2. Eu é que tenho que agradecer a vcs por gostarem do que produzo e a Deus por ter me dado um escape tão maravilhoso da realidade!

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